quarta-feira, abril 24, 2024
Antigo Egito

A religião Egípcia

Acredita-se que antes da humanidade existir os deuses já habitavam o planeta terra e estes eram considerados donos legítimos do solo pois tinham governado no passado distante.

Este conjunto de crenças foi praticado no antigo Egito desde o período pré-dinástico, cerca de 3000 anos a.C., até o surgimento do cristianismo. Muitos a consideram uma religião politeísta, porém hoje em dia o termo correto seria henoteísta, pois acreditava em uma divindade criadora do universo, tendo outras forças independentes, mas não iguais em poder a esta. Cada face de deus pode ser vista nas manifestações da natureza, na beleza da geometria encontrada nas plantas e na sabedoria instintiva dos animais, primeiramente o homem precisou entender tudo o que estava ao seu redor, para que se compreenda o todo precisamos compreender cada parte dele e a cada uma delas se dava um nome, como tratamos anteriormente, a população egípcia em sua grande maioria não tinha acesso aos estudos e à escrita, por isto os sacerdotes precisaram desenvolver uma metodologia simbólica para explicar ao povo a criação do mundo, como entender suas emoções e suas crenças religiosas através dos mitos.

Referências de estudo

Atualmente, minorias ainda cultuam os deuses do antigo egito, mas em menor escala. O estudo acadêmico da religião egípcia antiga tem como umas de suas referências o egiptólogo Jan Assmann e Algis Uždavinys. As principais fontes para o estudo da religião egípcia vem de templos, pirâmides, estátuas, túmulos e textos, porém nunca se foi encontrado um material escrito que sistematizasse, de forma clara e organizada, as suas crenças. Sabe-se também que o conteúdo destas obras não são fiéis à magia praticada na época, que em sua maioria não era registrada, mas sim transmitida de forma oral.

Em geral, os investigadores modernos centram seu estudo em três obras principais: o Livro das Pirâmides, o Livro dos Sarcófagos e o Livro dos Mortos.

O Livro das Pirâmides é uma compilação de fórmulas mágicas e hinos cujo objetivo é proteger o faraó e garantir a sua sobrevivência no pós vida. Estes textos são encontrados escritos sobre os muros dos corredores das câmaras funerárias das pirâmides de Saqqara. Do ponto de vista cronológico, situam-se na época da V dinastia egípcia;

O Livro dos Sarcófagos, um apanhado de textos escritos em hieróglifos cursivos no interior de sarcófagos de madeira da época do Império Médio, sua principal função era ajudar os mortos no outro mundo;

Por último, o Livro dos Mortos, que inclui os textos das obras anteriores, para além de textos originais, datando do Império Novo. Esta obra era escrita em rolos de papiro pelos escribas e vendida às pessoas para ser colocada nos túmulos prometendo proteção e uma passagem tranquila para o além.

Outras fontes escritas são os textos dos autores gregos e romanos, como os relatos de Heródoto (século V a.C.) e Plutarco (século I d.C.).

A Magia no Antigo Egito

Estas fontes contém hinos, fórmulas mágicas e indicações de elementos utilizados nos ritos, porém as fórmulas de nada valem sem conhecimento, a magia vai muito além das fórmulas, é preciso estar no momento certo, na lua certa, na estação certa, no horário mais adequado e com um propósito claro em mente. Muito se fala em fórmulas mágicas, porém pouco se fala em devoção, o culto vai muito além da troca de favores, é preciso se conectar com esta egrégora, se organizar, se conhecer, chamar esta força com frequencia e através do conhecimento e da reforma íntima modificar a realidade em que vivemos.

Prática Religiosa no Egito

Os sacerdotes serviam aos deuses, não ao povo e o trabalho deles era administrar as necessidades diárias dos deuses, recitar hinos e orações pelas almas dos mortos e realizar rituais para que assegurassem a segurança e prosperidade ao povo e ao império. Para o povo a prosperidade do império, as vitórias e as conquistas do faraó eram sinais de que os deuses estavam satisfeitos e felizes.

Os templos eram organizados em complexos gigantescos, onde moravam os sacerdotes e centenas de famílias que auxiliavam na manutenção do templo, desde a plantação até o gado era criado dentro do templo para assegurar que não faltariam recursos para os deuses. Muitos dos sacerdotes eram casados, não havia nada que proibisse tal prática. Mesmo assim alguns sacerdotes escolhiam o caminho da castidade e dedicação total aos deuses.

O poder das estátuas

Acreditava-se no poder que as estátuas tinham de armazenar a energia das deidades, as imagens nos santuários internos dos templos eram consideradas a própria presença do deus, no início o sumo sacerdote era a única pessoa permitida em sua presença, porém durante o Reino Médio (2040-1782 a.C) a sacerdotisa feminina no papel da esposa do deus Amon, tornou-se a parceira do sumo sacerdote e ajudou a cuidar da estátua no templo de Karnak em Tebas, dando início a novos tempos.

Embora as pessoas viessem aos complexos do templo para oferecer sacrifícios, oferendas, receber várias formas de ajuda e fazer pedidos, elas não podiam entrar no templo para realizar a adoração. Pessoas comuns eram permitidas apenas no pátio do complexo, normalmente elas realizavam seus próprios rituais privados em comunhão com os deuses, o culto coletivo era realizado apenas em festivais, onde a imagem da deidade representada naquele templo saía em uma espécie de procissão guiada por seus sacerdotes para abençoar ao povo que festejava a presença dos deuses.

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